terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Dia Internacional do Voluntariado
MENSAGEM PARA O DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO 2009
da Confederação Portuguesa do Voluntariado
Assinala-se no próximo Sábado, o Dia Internacional do Voluntariado. A
Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) quer fazer chegar a sua
voz a todas as organizações de voluntários ou que os integram na sua
missão, aos poderes públicos e à sociedade portuguesa em geral.
Vivemos num tempo em que são, cada vez mais, assombrosos os avanços
tecnológicos e científicos que poderiam proporcionar uma maior qualidade
de vida, mas que, paradoxalmente, vai relegando o desenvolvimento dos
valores humanos. A actual crise económica e financeira mundial é disso
prova irrefutável. As desigualdades na distribuição das riquezas e dos
recursos é cada vez mais evidente, produzindo escandalosas carências a
nível social, ambiental, cultural, entre outras.
Em boa hora, o Parlamento Europeu decidiu que 2010 será o Ano de
Combate à Pobreza e à Exclusão Social. Os voluntários e voluntárias deste
país estarão, de certeza, na linha da frente deste combate, como
manifestação de que a construção de uma sociedade mais justa e equitativa
reclama um novo paradigma social e económico.
O actual modelo gera pobres e excluídos que, no olhar dos(as)
voluntários(as) não são vistos apenas como portadores de carências, mas
sobretudo de potencialidades, de inviolável dignidade humana e de
capacidades a estimular. Pessoas com quem se identificam e que são a
única motivação do seu labor gratuito, ao ponto de não se sentirem
tranquilos enquanto, a alguém, for sonegado algum dos mais elementares
direitos humanos. Por isso, o principal programa de acção de qualquer
organização de voluntariado é, antes de tudo, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
É nesta irrevogável Declaração que o voluntariado se alicerça e que o faz
ser semeador de uma nova cultura que tem na Solidariedade a sua principal
matriz. Para os voluntários e voluntárias, a edificação desta nova cultura
assenta na gratuitidade. As contrapartidas materiais são contrárias ao
espírito e à essência deste exercício de cidadania, preferindo a
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transformação de atitudes, a multiplicação de gestos de acolhimento, a
implementação de leis justas. Em suma, a difusão da justiça e da
solidariedade.
Para que se alcance o urgente novo paradigma de maior equidade social é
necessário que as organizações de voluntariado canalizem as suas energias
para um forte empenho - especialmente as instituições da área social - na
criação de grupos de voluntários(as) de proximidade, que se comprometam
no conhecimento dos problemas, na procura das soluções e na mediação
junto de outras entidades, em ordem à promoção dos direitos dos cidadãos
e cidadãs.
Queremos, neste sentido, deixar um veemente apelo a todas as associações,
de forma particular às que integram a Confederação Portuguesa do
Voluntariado, no sentido de unirmos esforços para se conseguir uma
melhor articulação das nossas acções. Só apostando numa forma de agir
que, a todos os níveis, não prime pelo individualismo e competitividade,
mas se deixe conduzir pelo ideal de que outro mundo é possível,
mobilizando-se sempre que necessário, para a cooperação com todos e
todas os que querem apostar e arriscar tudo por um mundo melhor.
Pela Confederação Portuguesa do Voluntariado
O Presidente
Eugénio José da Cruz Fonseca
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