quinta-feira, 17 de abril de 2008

34º Aniversário do 25 de Abril

Saudação e Apelo, da Confederação Portuguesa das Colectividades de cultura Recreio e Desporto, às Comemorações do 34º Aniversário do 25 de Abril. Amigos e amigas, Comemoremos Abril. Comemorar Abril é, sobretudo, lembrar o período negro da história de Portugal que durou longos 48 anos. Esse período a que alguns chamam “Estado Novo” mas a que o Povo esclarecido chamou fascismo, não pode ser esquecido nem branqueado, porque houve quem sofresse às mãos do regime perseguições, prisões, torturas e até a morte. Comemorar Abril, é recordar os Jovens Capitães e os seus homens naquela madrugada em que muitos sentiram pela primeira vez o ar fresco da liberdade. É recordar os milhares de homens e mulheres de todas as idades a invadir de alegria as ruas de Norte a Sul. É recordar cada minuto, cada hora, cada dia que se seguiram. Nós, Associativistas, vivemos cada segundo, como se de uma nova vida se tratasse. Recordar Abril, é recordar as canções do Zeca Afonso ou do Adriano Correia de Oliveira ou os poemas de Ary dos Santos e Manuel da Fonseca . É recordar o fim da censura, o direito de reunião, de manifestação e de livre associação. É recordar o pluripartidarismo, o direito a voto e as eleições de todos os órgãos políticos, como pilares da democracia representativa e a participação de milhares de Associativistas que contribuíram com a sua experiência de democracia associativa, particularmente no Poder Local Democrático. Comemorar Abril, é recordar os direitos que foram conquistados com a luta nas oficinas, nas fábricas, nos escritórios, nas escolas, nos campos. Entre estes, certamente estiveram milhares de Associativistas uma vez que o Associativismo é dirigido, fundamentalmente, por trabalhadores por conta de outrem. Comemorar Abril, é recordar o fim da guerra colonial que permitiu a milhões de homens e mulheres africanos se tornarem donos dos seus destinos e o regresso dos nossos jovens que sofriam e morriam numa guerra injusta e cruel. Quantos milhares de Associativistas não passaram por esta dura realidade? Comemorar Abril, é ver consagrado na Constituição da República, um Estado com preocupações sociais na saúde, no ensino, na justiça, na segurança social - uma sociedade solidária - mas também uma economia mista onde há lugar à iniciativa privada, ao cooperativismo, à economia do Estado como garante dos bens públicos e regulador da economia, mas também à economia social onde se insere o Associativismo. Comemorar Abril, é recordar o nascimento de milhares de associações e colectividades que vieram renovar e reforçar um associativismo que tinha sido, também ele, vítima do fascismo e no qual se destacaram muitos homens e mulheres que lutaram pela democracia interna das suas colectividades como exemplo do que deveria ser a sociedade. Comemorar Abril, é também olhar o presente com a atenção e a perspectiva de que, valeu a pena fazer uma Revolução Democrática e Nacional, apesar de vivermos momentos de preocupação com a qualidade da nossa democracia. Nestes 34 anos de regime democrático, já assistimos e vamos continuar a assistir a muitas tentativas de esmagamento das conquistas e valores de Abril, porque haverá sempre quem queira explorar, haverá sempre quem queira o poder arbitrário para espezinhar, haverá sempre quem queira subir fazendo dos outros degraus. Mas, se antes do 25 de Abril de 1974, em duras condições de luta, houve Homens e Mulheres que lutaram, sofreram e arriscaram a própria vida pela Liberdade, pela Democracia e por uma Sociedade mais justa, não seremos nós, hoje e no futuro que viraremos as costas à luta. Quanto a nós, Dirigentes Associativos Voluntários, temos consciência das dificuldades e sabemos que, apesar de contarmos com muitos, muitos mil, não podemos contar com todos. Mas nós, Associativistas, firmes, determinados e confiantes, tudo faremos para que os valores de Abril sejam levados o mais longe possível. Lá mesmo onde parece impossível chegar… …lá, onde o sonho é uma constante da vida, tão concreta e definida, como outra coisa qualquer. …lá, onde o Mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança. 25 de Abril sempre, fascismo nunca mais! Viva o Associativismo Popular! Viva o 25 de Abril! Abril 2008 A Direcção da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura

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